Quando os irmãos se sentirem capazes de discernir a vontade do Senhor a partir das Escrituras quanto ao que a assembleia deve fazer, eles apresentam os fatos (não necessariamente os detalhes que podem contaminar) e as conclusões bíblicas para a assembleia a fim de que as consciências de todos estejam engajadas na questão (At 15:22). Então aquela passa a ser uma decisão ratificada de "ligar" (Mt 18:18-20).
Alguns acham que os irmãos devem simplesmente apresentar uma proposta à assembleia e que esta, como um todo, deve decidir o que fazer. Apesar de tal pensamento ser em parte correto, os irmãos que assumem a liderança nesse cuidado são responsáveis em garantir que a assembleia seja guiada em um caminho bíblico quanto à forma de agir, independente de todos concordarem ou não. Se não fosse assim, então os irmãos mais velhos e responsáveis, que compreendem os princípios e sabem o que deve ser feito, poderiam ter seu julgamento fundamentado na Bíblia desafiado pelas irmãs, jovens e opositores que não concordassem com a decisão. Isso faria com que o julgamento das questões da assembleia ficasse ao encargo de pessoas com pouca experiência ou discernimento, ou talvez com uma disposição tendenciosa. É evidente que esta não seria a maneira certa de se agir. Alguns parecem nutrir a ideia de que os irmãos não podem agir até que recebam um sinal verde dessas pessoas. Isso é o mesmo que ter o povo controlando seus líderes, o que não difere da democracia. Muitos têm dificuldade em entender isso quando os anciãos procuram aplicar um julgamento bíblico sobre uma questão e surgem vozes discordantes.
Isto não significa que os anciãos tomem decisões administrativas na assembleia e que os demais irmãos não possam opinar. Nada pode ser oficialmente decidido sem que a assembleia tenha a oportunidade de ter sua consciência exercitada na questão (At 15:22), e é por esta razão que os anciãos devem apresentar o assunto diante das consciências de todos na assembleia. Os irmãos nessa posição de liderança devem ser sensíveis a qualquer objeção legítima que algum irmão ou irmã possa trazer. Mas no final são eles os responsáveis a cumprirem o papel de "anjo" da igreja agindo para a glória de Deus (Ap 2:1 etc.). A decisão não é "ligada" até que isto seja feito em assembleia, naquilo que às vezes chamamos de uma reunião para disciplina (Mt 18:19-20; 1 Co 5:4).
Traduzido de "The One Body in Practice", por Bruce Anstey publicado por Christian Truth Publishing. Traduzido por Mario Persona.